Terceiro Setor X Dificuldades Financeiras: Como Implementar Benefícios e Qualidade de Vida?

Cortes de verbas na assistência, políticas recém-implantadas, dúvidas sobre como os serviços irão sobreviver e ainda assim ter tempo para pensar em como direcionar benefícios para os funcionários e em como proporcionar ou implantar programas de qualidade de vida.

Será que isso é possível?

Para quem sabe como é trabalhar em empresas do terceiro setor sabe que os recursos humanos são os últimos a serem beneficiados com alguma coisa que vá além do orçamento já direcionado para o serviço contratado/conveniado.

Isso acontece porque as ONG’s administram serviços contratados e/ou conveniados a órgãos públicos como a Prefeitura e/ou ao Governo do Estado. Esses serviços seguem uma portaria que rege: toda a caracterização do serviço, público alvo a ser atendido, número de profissionais que deverão ser contratados bem como os seus salários e benefícios de praxe, ou seja, o orçamento de cada serviço administrado por uma ONG não vem com sobra ou com uma margem ampliada para direcionamento de outros fins, o repasse financeiro feito para esses serviços não tem dinheiro a mais nem a menos.

Com esta simples explicação, vocês já conseguem ter uma ideia do quão é difícil proporcionar ações ou benefícios diferenciados para os profissionais que atuam em empresas do terceiro setor, pois, literalmente, o dinheiro é escasso.

Então, porque mesmo em frente a todas essas dificuldades as empresas do terceiro setor precisam continuar pensando em estratégias para direcionar benefícios e proporcionar qualidade de vida aos seus profissionais?

A resposta é simples: Por respeito!

Você deve estar pensando: Respeito? Como assim?

Pois é, uma empresa que pensa nos seus profissionais no que tange o seu bem estar físico e psicológico e direciona ações de bem estar para eles, estão exercendo na prática o respeito e a consideração pelas pessoas que dedicam a maior parte do seu tempo e da sua vida em prol dos objetivos da empresa a qual trabalham.

Por isso, as empresas do terceiro setor aprenderam a duras penas como fazer mais com menos e a extrair das dificuldades oportunidades de fazer com que seus profissionais percebam em ações específicas os benefícios que elas podem adquirir atrelado a essas ações e também a sua qualidade de vida.

Você deve estar se perguntado: Como? De que maneira isso pode ser feito?

Claro que inicialmente como toda outra empresa, o terceiro setor também se norteia através de um plano, ou seja, o terceiro setor também desenha o seu planejamento estratégico e corre atrás dos recursos necessários para poder colocar em prática aquilo que foi planejado (Afinal, vivemos sempre com os cinturões apertados!) . E é aqui que incluímos as parcerias que estabelecemos com outras empresas, pois são elas, que na maioria das vezes, acabam nos ajudando proporcionando um pouco desse diferencial.  E é justamente nesse momento (desenho do planejamento estratégico) que as ONG’s colocam as possibilidades que poderão ser implantadas como ações que beneficiarão o seu corpo de profissionais.

Afinal, não é só de trabalho que vive o homem!

 

Nós também entendemos que as empresas que cuidam dos aspectos físicos e psicológicos dos seus profissionais são empresas que mantém um bom posicionamento no mercado de trabalho justamente porque oferecem benefícios diferenciados atrelados diretamente ao bem estar do seu profissional, afinal, profissionais insatisfeitos são profissionais improdutivos e desmotivados que por sua vez podem acabar contaminando seus colegas de trabalho ao invés de contagiá-los e encorajá-los a continuar realizando um bom trabalho.

E é por entender a importância desses pontos que as instituições de uma forma geral, deveriam se esforçar para fazer mais com menos, porém, dentro da medida do possível, ações que venham a manter os seus profissionais engajados e, sobretudo, satisfeitos.

Pensando nisso, podemos também destacar outros pontos positivos em direcionar benefícios e implantar programas de qualidade de vida em instituições do terceiro setor, são eles:

  • Aumento da produtividade e engajamento no trabalho;
  • Melhoria do clima organizacional;
  • Aumento da atração e da retenção de talentos;
  • Maior integração entre funcionários;
  • Garantir um ambiente saudável;
  • Favorecer momentos de avaliação de desempenho e direcionamento de feedback;
  • Estimular a prática de atividades que favoreçam a qualidade de vida.

Sabemos que manter programas de qualidade de vida e direcionar benefícios diferenciados para os profissionais do terceiro setor ainda é um grande desafio a ser vencido vista todas as dificuldades apresentadas aqui, porém, se juntarmos a criatividade com a vontade de fazer, conseguiremos continuar sendo uma Organização que pensa e age em prol não só dos nossos atendidos, mas também, dos profissionais que vestem todos os dias a camisa da empresa.

Por: Tatiana Guzmán